Cooperação Técnica Brasil – Apresentação dos cenários de intervenção para a transformação das estações Central do Brasil (RJ) e Palmeiras-Barra Funda (SP)

Cooperação Técnica Brasil – Apresentação dos cenários de intervenção para a transformação das estações Central do Brasil (RJ) e Palmeiras-Barra Funda (SP)
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Bruno Almeida Maximino
CODATU
Chargé de coopération Brésil (2017-2019)
CODATU News Wednesday 17 October 2018

No âmbito das cooperações técnicas com os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, dois estudos de pré-viabilidade para a transformação das estações Central do Brasil, no Rio de Janeiro, e Palmeiras-Barra Funda, em São Paulo, em estações de nova geração são financiados pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Os estudos estão em desenvolvimento pelo consórcio EgisArep desde abril de 2018. A CODATU garante um acompanhamento técnico dos estudos. A primeira fase dos estudos foi entregue em junho de 2018.

Neste contexto, na semana de 17 de setembro de 2018, foram realizados dois eventos para apresentação da Missão 2 de ambos os estudos. Ela consiste na proposta de cenários de intervenções na estação, de cenários de ordenamento urbano no entorno e das funcionalidades para o sítio.

A reunião no Rio de Janeiro, realizada no dia 17 de setembro, mostrou que, em termos urbanos, os principais objetivos da proposta são (i) o fortalecimento da ligação entre as regiões Sul e Norte do polo multimodal, reforçando a centralidade do polo de transportes, e (ii) a restauração do patrimônio histórico, propondo novos usos ao edifício da estação e a outros prédios estimulando a habitação e a mixidade de usos. Já em termos de mobilidade, o projeto deve facilitar as conexões multimodais e reequilibrar o espaço de pedestres e de veículos motorizados. As propostas contemplaram os diferentes espaços do hub de transporte, desde o Campo de Santana até a pedreira. A criação de adros, com espaços públicos generosos ao redor da estação, permitirá à estação uma melhor integração urbana e, aos usuários, uma melhor percepção do espaço. Em termos sociais, a proposta privilegia a criação de habitação social por meio da “acupuntura patrimonial”, ou seja, o tratamento das edificações históricas existentes. Além disso, são propostos um Polo Social, a fim de ajudar a inserção profissional dos moradores da região, e o Parque Pedreira, promovendo uma programação cultural e esportiva participativa.

Perspectiva da Central do Brasil desde o Morro da Providência. Fonte: Egis-Arep

O workshop em São Paulo ocorreu no dia 19 de setembro. Similar à Central do Brasil, um dos principais objetivos na Palmeiras-Barra Funda é de reforçar a ligação Norte-Sul, considerando a estação como uma passarela para cruzar a ferrovia. Além disso, o potencial comercial da estação será maximizado com a reorganização dos fluxos e o reposicionamento dos comércios, preenchendo espaços hoje inocupados. Cabe destacar a proposta de criação de uma incubadora de startups a fim de reforçar os laços com as universidades e de um hotel num edifício icônico, que será um marco urbano da cidade, contribuindo para reforçar a identidade da estação. A estação será ancorada à cidade por meio de adros a Sul e a Norte, privilegiando a paisagem verde. O principal eixo de ligação entre os dois lados da ferrovia seria transformado numa rua comercial e com restaurantes, tornando a estação um local de encontro. Por fim, haveria a possibilidade de desenvolvimento urbano de uso misto em terrenos a Norte.

Vista aérea da estação Palmeiras-Barra Funda e do projeto urbano. Fonte: Egis-Arep

Na parte da tarde dos eventos, foram realizadas dinâmicas em grupo para verificar se critérios como (1) inserção urbana, (2) inclusão social, (3) intermodalidade e operabilidade, (4) experiência do cliente e (5) sustentabilidade estão sendo atendidos nas propostas do consórcio Egis-Arep.

No Rio de Janeiro, foram reforçadas questões, como (i) o equilíbrio dos espaços para pedestres e veículos motorizados, principalmente em frente à estação e na Av. Presidente Vargas, (ii) a abertura de novas oportunidades para habitação, (iii) a sensação de segurança num ambiente mais amplo e (iv) a ligação do Terminal Américo Fontenelle ao restante do polo multimodal.

Em São Paulo, destacou-se a relevância de temas, como (i) a preocupação em validar as propostas urbanas com estudos de tráfego, (ii) a necessidade de se incluir eixos longitudinais ao perímetro de intervenção, (iii) a preocupação com a gestão dos fluxos em casos de degradação do sistema e (iv) a valorização da estação através de ações sustentáveis.

Nos dois eventos, Étienne Riot, sociólogo especialista no ordenamento de estações ferroviárias da Arep, mostrou a importância na criação de uma identidade forte de uma estação e a repercussão na melhoria da experiência do usuário por meio de estudos de casos italianos, ingleses e franceses. Tanto em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro, os participantes se surpreenderam com a capacidade de governança dos proprietários dos projetos ao, por exemplo, conseguir estabelecer um consenso sobre o estilo gráfico da comunicação visual. Também foi citado que em projetos brasileiros, as questões de comunicação visual aparecem no detalhamento do projeto e não na fase de concepção, como é o caso na Europa.

A terceira etapa dos estudos contemplará o detalhamento do cenário escolhido para cada uma das estações, um Plano de Ação com recomendações para o sucesso da implantação, custo total estimado do projeto, arranjos institucional e financeiro recomendados, recomendações de governança, cronograma de implantação e faseamento e principais dificuldades técnicas/institucionais/de outra natureza a se prever. A Missão 3 deve permitir avaliar a pertinência de levar adiante estudos aprofundados para a transformação em estações de nova geração.

>> Ajuda-memória da reunião técnica no Rio de Janeiro <<

>> Ajuda-memória do workshop em São Paulo <<

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Les transports constituent un secteur d’intervention traditionnel de l’AFD. Sur la période 2001-2005, l’Agence a mobilisé environ 164 M€ par an en moyenne pour la mise en œuvre de projets dans le secteur des transports (en incluant les projets de développement rural et urbain comportant des activités de transport).

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Avec une équipe de 900 personnes, comprenant plus de 30 nationalités et constituée d’architectes, d’urbanistes, de designers, d’ingénieurs, d’économistes, de programmistes et de conducteurs d’opérations…, AREP développe ses savoir-faire dans tous les domaines de la ville et du bâtiment : pôles d’échanges et gares ferroviaires, équipements et espaces publics, bureaux, hôtellerie et logements, centres commerciaux, bâtiments techniques.

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Egis est un groupe international d’ingénierie, de montage de projets et d’exploitation. En ingénierie et conseil, il intervient dans les domaines des transports, de la ville, du bâtiment, de l’industrie, de l’eau, de l’environnement et de l’énergie. Dans les domaines routiers et aéroportuaires, son offre s’élargit au développement de projets, à l’investissement en capital, au clé en main d’équipements et à l’exploitation.